domingo, 26 de agosto de 2012

ENSAIO SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL


Por Angelica Sigarini

            O presente artigo tem como foco principal uma analise sobre a inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas escolas. A autora destaca o impacto que a industrialização causou na sociedade e principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil, além de questionar o real papel das políticas publicas para o processo de educação, relatando experiências de formação de professores, e promessas sem realizações propostas.
            A autora apresenta no texto que os novos modelos de socialização influenciados pela chamada realidade virtual refletem no processo de educação hoje, pois preparam jovens para o “ser social”. Para Belloni, o processo de socialização vai muito além das inovações tecnológicas, ele depende das instituições envolvidas e como essas instituições oferecem seus recursos, no caso das escolas públicas nem sempre é possível atender as demandas, por um lado o despreparo do professor e por outro a falta de estrutura ao passo que na contrapartida, as escolas particulares se preparam técnica e didaticamente, aumentando dessa forma a divisão social das classes.
            A integração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é outro aspecto discutido no artigo. Nele a autora questiona o uso pedagógico das mídias, como elaboração de matérias multimídia para serem utilizados na EAD. Ela acrescenta que a inserção dessas tecnologias nos processos educacionais é importante por ser amplo, além de levar facilidades e vantagens aos alunos, mas destaca que ainda é um objeto de estudo complexo e multifacetado. Ela retoma que a EaD é uma tendência do mercado do ensino privado, mas e o ensino público?
            O terceiro tópico de analise do artigo a autora apresenta um panorama histórico da educação a distancia no Brasil. Maria Belloni cita experiências e qualifica as políticas públicas no setor como ações tecnocráticas, autoritárias e centralizadoras que necessariamente gerarão resultados medíocres. As propostas consideram apenas a tecnologia e não as condições de implementação política, deixando de lado qualquer sucesso de ação educacional.
            A autora apresenta programas de formação em EaD de capacitação de professores, frisando a utilização da televisão como canal para compensar falta de recursos financeiros de quem realmente necessita ser capacitado além de traçar um panorama sobre o uso das TICs na educação.
            Maria Belloni conclui que a educação a distancia segue a mesma linha da educação convencional, mas com característica de “serviço expresso”. Trás seus benefícios como uma nova forma de comunicação “assíncrona”, mas que deve ser repensada, pois ainda apresenta uma forma desigual de quem pode e quem não pode adotar. Ela acrescenta um o auto-estudo como um dos problemas para o público não qualificado e capacitado. A ausência do comprometimento do auto-empenho pode influenciar diretamente na incapacidade de resultados. Para a autora não basta oferecer recursos aos professores, é preciso dar condições para que possam utilizar da forma correta, tornando esse professor capaz de ensinar e colocar em prática aquilo que foi ensinado a ele.
Análise Crítica
            Sob a ótica que tanto preocupa a autora, é importante destacar que é natural do ser humano reagir às mudanças e os impactos tecnológicos modificou em diversos aspectos o modo de ver da sociedade, tanto na comunicação, no relacionamento com as pessoas, comportamento, e principalmente no processo educacional. A internet é prova viva de que estamos mudando e vejo isso como algo positivo.
            A Educação a distância surge no momento em que as gerações estavam se construindo, hoje em grande parte das escolas a inserção da tecnologia se faz presente com redes Wi Fi dentro das salas de aulas, lousas digitais e a midiatização. É certo dizer que ainda muitas escolas são carentes do que chamamos de realidade virtual, e que muitas políticas públicas não contribuem com a qualificação do profissional. Nesse ponto autora deixa claro que existe uma gritante diferença entre as condições sociais das escolas públicas e privadas e que o fato da falta de políticas públicas para as instituições é o que diferencia um ensino do outro, mas essa máxima não faz com que quem realmente queira se capacitar deixe de procurar qualificação e lutar por seus direitos.
            Concordo que temos que crescer mais na capacitação qualificada dos profissionais que são formadores de senso crítico, pois as inovações tecnológicas não estão ai apenas para uma breve passagem de leitura, por exemplo, no caso da internet, o famoso ler e copiar, mas sim para ser um cenário de autoanálise de crítica e compartilhamento de opiniões. Hoje existem grupos culturais de debates virtuais que reúnem pessoas de várias regiões do país num mesmo momento e essa troca é totalmente positiva demonstrando que a classe social não justifica a busca pela informação e pela cultura.
            Os autores Leal e Santana (2010) defendem no artigo “Educação a Distância no Brasil: Mudança Social e Tecnológica” que a educação a distância possibilitou a redução da desigualdade social existente, pois oferece acesso à educação às pessoas com menos condições financeiras. Para eles as políticas públicas tem garantido aos cidadãos a disseminação do ensino a distancia no Brasil, e tudo isso está sendo possível por meio dos avanços tecnológicos, favorecendo a modalidade de ensino, que segundo eles será o futuro da educação no país. Os autores vão além, e acreditam que muito tem se investido em educação no Brasil, tanto que a desigualdade tem sido reduzida, pois o Estado tem organizado programas sociais que derrubaram as barreiras do “Ser Social”.
            A afirmação vem de encontro ao que destaca Belloni sobre o insucesso de algumas políticas públicas em que considera com resultados medíocres. Ela enfatiza que a EaD é um mercado rentável, mas apenas voltado ao ensino privado e que esse tipo de modalidade pode nunca ser uma realidade do ensino público. Ao contrário dessa afirmação é importante entender que as pessoas consideradas candidatas para o modelo de ensino são exatamente aquelas que não têm condições financeiras e nem tempo disponível para frequentar uma universidade, o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e isso tem levados as pessoas a buscarem uma qualificação e cada vez mais se atualizarem, tomando como necessária uma aprendizagem contínua, ou seja, cada vez mais a sociedade, sem distinções de classes e posses, vai buscar a educação ao longo da vida.
            Um exemplo clássico de políticas públicas é o projeto da Universidade Aberta (UAB) que segundo Souza e Freitas (2010) no artigo “A política de educação à distância no Brasil”, apresenta como as principais ações estatais para a educação, estabelecer formação de professores para a educação básica, aqueles considerados leigos as tecnologias, aumentando a oferta qualificada do ensino básico.
            Ao analisar o artigo de Belloni foi possível perceber que muita coisa mudou de 2002 pra cá, tanto nas metodologias da EaD, aceitação da Sociedade ao novo modelo de ensino e nas ações do Estado para a educação hoje.
Uma experiência que para mim tem sido muito positiva. Acredito sim que é no uso das tecnologias educativas que somos capazes de relacionar e contextualizar experiencias podendo de certa forma desenvolver processos significativos de aprendizagem.
Por isso não resta dúvidas de que esse modelo de ensino tem conquistado seu espaço na educação e é por isso que muitas instituições estão se voltando para a EaD, apesar de não ter avaliações totalmente on-line sem precisar da presença física do aluno, é um modelo que está em crescimento pelo país. Pudemos ver um número importante de instituições que desenvolvem trabalhos pertinentes e de grande valor para a sociedade. A experiência até o momento tem sido muito importante e está encurtando as distâncias entre universidade e o ensino. Inúmeras experiências com ensino a distância estão em andamento no Brasil e isso é apenas o começo.
            Angélica Queiroz Sigarini Magalhães é pós-graduanda do Curso de Metodologia e Gestão em EaD pela Anhanguera Educacional.

Referências Bibliográficas
BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil. Educação e Sociedade. v.23 n.78 SeiElo Brasil. Campinas abr. 2002. Artigo em formato PDF. doi: 10.1590/S0101-73302002000200008. p. 117-139
FREITAS, Kátia Siqueira; SOUZA, Valdinei Costa Souza. A política de educação à distância no Brasil: uma análise sob a perspectiva da teoria de estado. III Seminario de Politicas Sociais e Cidadania. Salvador, BA. 2010. Disponivel em < http://www.interativadesignba.com.br/III_SPSC/arquivos/sessao7/161.pdf> Acessado em 05 de Maio de 2012.

LEAL, Tiago Anderson; SOUZA, Graziela Santana. Educação a distância no Brasil: mudança social e tecnológica. 2010. Artigo Cientifico (pós-graduação em nível de Especialização) Faculdade São Lucas/RO. Disponivel em < http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/educacao-a-distancia-no-brasil-mudanca-social-e-tecnologica/45755/.html > Acessado em 08 de Maio de 2012.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desafios de Aprendizagem na EaD

Por Angelica Sigarini
A Educação a Distancia no Brasil está em ritmo acelerado e crescente. É expressivo o número de instituições que aderiram esse modelo de ensino. Já foi alvo de críticas, mas hoje de acordo com o último Enade não perde em nada para o modelo presencial. E enfim conquista seu espaço.
Hoje pensar em educação sem relacionar as tecnologias é praticamente impossível, vivemos num momento em que a internet está cada vez mais presente e a distância, entre as pessoas, ainda mais reduzida. Experiências que estão no nosso dia-a-dia que só é possível por meio da rede telemática de comunicação: a internet.  São os inúmeros amigos virtuais que reunimos nos facebooks, orkuts, twitters da vida. Essa relação causada pela explosão tecnológica também transformou a educação e modelos de ensino.
A minha primeira experiência com a EaD foi em coberturas jornalísticas pautadas pela TV Universitária qual sou jornalista há oito anos. O projeto da Uniderp Interativa causou certo frisson nas instituições de ensino superior de Mato Grosso do Sul que já utilizavam de maneira ainda tímida projetos semelhantes em EaD. Equipamentos de última geração, estúdios e aulas virtuais, professores sendo preparados para distribuir conhecimento para milhares de pessoas ao mesmo tempo. Posso dizer que fiquei tentada por várias vezes em iniciar um dos cursos oferecidos, mas particularmente aquela dúvida, quanto à credibilidade do modelo, me impediu, mas é importante ressaltar que isso já faz um bom tempo.
Participar dos blogs como parte das atividades dessa nova experiência, que é a pós-graduação em Metodologia e Gestão em EaD, está sendo um grande desafio de aprendizagem para mim, não tinha ideia de quantos blogs e publicações existiam sobre essa área. Li alguns artigos sobre mitos e verdades, muitas críticas inclusive, e projetos visando o Futuro da EaD bem como projetos de inclusão, complementando as aulas de sábado oferecidas pela pós. Outra oportunidade foi debater a influência da internet e das redes sociais como tendências para a EaD, debate esse bastante produtivo, o assunto postado no Blog do professor Edgar Morin levantou questionamentos de colegas da pós. Muitas vezes nem percebemos que já fazemos uso da EaD nas grandes mídias, quem nunca assistiu um telecurso segundo grau? Quem nunca buscou dúvidas pela rede mundial de computadores? Isso me fez recordar as diversas vezes que junto com a minha filha adolescente aproveitamos de aulas de física, química e matemática oferecidas por professores do ensino médio pelo Youtube. Quem diria? As verdadeiras aulas de reforço à distância.  
Depois dessa experiência pude perceber um leque de possibilidades que a EaD pode trazer a educação hoje, não somente para o ensino superior que é onde predomina a procura por universidades abertas. É necessário fazer entender que a Educação a Distância é uma consequência da pós-modernidade onde o saber significa dominar conteúdos e isso vai permitir mais conhecimento.